texto e fotos: Cilmara Bedaque
O inverno pede cervejas mais encorpadas, ricas em malte e com teor alcoólico mais elevado. Essas cervejas geralmente são escuras, mas não obrigatoriamente. Além de nos aquecer ao bebermos, elas também acompanham muito bem refeições mais gordurosas como assados e molhos mais substanciosos.
A presença do malte e o quanto ou a maneira como foi tostado dão uma coloração ruiva lembrando caramelo, marrom que remete à bala toffee e defumados e a totalmente negra que sugere café e chocolate aos nossos sentidos. Não precisam estar muito geladas para que não percamos a delícia que é bebê-las.
Temos pelo mundo inteiro – e aqui no Brasil – maravilhosos exemplos dessas cervejas que podem ser quanto ao estilo bem variadas. Por exemplo, Bock, Weizenbock, Dubbel, Tripel, Strong Dark Ale, Stout, Barney Wine, Old Ale, Porter, IPA, Russian Imperial Porter e etc. Se vier escrita a palavra Imperial antes de alguns destes estilos, saiba que é potencializada a receita da cerveja com maior teor alcoólico e, em alguns casos, com adição de maior quantidade de lúpulo.
Poderia ficar horas escrevendo sobre maravilhosas cervejas, novas e antigas, mas vou preferir recomendar minhas preferidas das que temos nos super-mercados. Isso pensando na comodidade e também no preço mais acessível. Comecemos pelas Baden Baden, de Campos do Jordão (SP) que hoje estão incorporadas ao catalogo da cervejaria japonesa Kirin. Muito boas as Chocolate, Stout e Bock. Da Cervejaria Colorado, temos a especialíssima Vixnu, uma Imperial Double IPA com teor alcoólico de 9,5%; a Demoiselle, uma Porter que leva adição de café; a Indica com rapadura em sua receita e a sazonal Ithaca, Imperial Stout que leva rapadura queimada. Todas estas cervejas, além de acompanhar refeições mais gordurosas (de assado a feijoada), ficam ótimas também com queijos de massa dura (Grana Padano, Parmesão) ou os chamados azuis (Gorgonzola e Roquefort).
Nas gôndolas dos supermercados também encontramos as brasileiras Way Cream Porter e Avelã Porter, as Bamberg Rauchbier e Bambergerator, as Eisenbahn Strong Golden Ale, Weizenbock e Dunkel, a Schornstein Imperial Stout, as Wälls Tripel e Petroleum e a Amazon Stout Açai. Todas excelentes.
Vindas de fora e encontradas também nos super-mercados, recomendo as belgas Delirium Tremens (a conhecida marca do elefante rosa), St Feullien Tripel, a trapista Chimay Blue, Carolus Tripel, St Bernardus Tripel, Maredsous 10 , Tripel Karmeliet, La Chouffe e Duvel. Da cervejaria americana Brooklyn, no inverno podemos nos deliciar com a Brown Ale e mesmo com a East Indian Pale Ale (IPA). Dos ingleses, mestres e inventores dos estilos Porter e Stout, encontramos a Harviestoun Old Engine Oil, uma Robust Porter muito boa e a Robinsons Old Tom com chocolate. Das alemãs, gosto da Erdinger Pikantus e a Franziskaner Hefe-Weissbier Dunkel.
Se você quiser gastar mais numa data especial a opção é ir à loja de cervejas artesanais da sua cidade. Aí esta lista aumenta bastante, mas posso, em linhas gerais, dar destaque para as nacionais Tupiniquim Dubbel, Bodebrown Perigosa Imperial IPA, Dum Petroleum, 3 Lobos Bravo, Anner Bier Maria Degolada e as importadas Dieu du Ciel! Aphrodisiaque, Rogue Hazelnut Brown Nectar, Flying Dog Gonzo, a trapista Rochefort 10, De Molen Hamer & Sikkel, Ballast Point Porter e outras tantas.
O que vale é que no inverno você pode sair da mesmice de queijos e vinhos e se jogar no mundo da cerveja de qualidade. Esqueça as imagens de cervejas geladas e praias por uma temporada. Mude sua cabeça e veja cervejas de chapéu e cachecol.