#VaiTerCopo

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mynameisze

Ainda é cedo e muitos outros mistérios devem pintar por aí. Mas algumas cervejarias artesanais brasileiras já estão fabricando suas beberagens em homenagem à Copa do Mundo 2014 e que serão lançadas durante o evento. Se, por um lado, a Copa é patrocinada por um Gigante da Indústria, os pequenos produtores se mexem para colher novos fãs e divisas do turismo que será gerado nas cidades-sede da Copa.

A cervejaria carioca 2Cabeças fez um gol de placa ao firmar uma parceria com a escocesa Brewdog, uma das artesanais mais descoladas da Europa. Juntas, elas estão fabricando uma Passion Fruit IPA chamada Hello, My Name is Zé e que será distribuída apenas no Brasil e para os sócios do programa Equity for Punks, da Brewdog. A “Hello, My Name is Zé”, apesar dos toques de maracujá, será bem diferente da já conhecida MaracujIPA, da 2Cabeças. Segundo Bernardo Couto, cervejeiro da brasileira, “Zé” difere da MaracujIPA em tudo: nos maltes, teor alcoólico e terá uma lupulagem bem mais agressiva. As Lupulinas aguardam ansiosas \o/

Outra parceria internacional é das cervejarias Bierland (SC, Brasil) e Antares (Argentina), provando que os maiores rivais do futebol sul americano podem se juntar pra fazer uma boa cerveja. Ainda sem nome, a parceria Bierland/Antares será uma cerveja do estilo American Pale Ale, produzida com lúpulos da Patagônia Argentina e extrato de guaraná brasileiro. Pra deixar todo mundo ligadinho no jogo.

A cervejaria mineira Falke Bier, por sua vez, resolveu homenagear os ingleses, que farão um jogo em Belo Horizonte, lançando uma cerveja (ainda sem nome) com maltes e lúpulos ingleses e a adição da nossa única, particular e brasileiríssima jabuticaba. Além do rótulo comemorativo, Marco Antonio Falcone, um dos sócios da Falke, disse estar preparado para receber os turistas em sua fábrica-bar, que fica bem próxima da capital e está mapeada nos beertours oficiais da cidade. Falcone disse que a produção da Falke será sextuplicada no período da Copa e que a fábrica-bar está investindo na capacitação dos funcionários para atender o público estrangeiro. Uma nova lojinha de souvenirs da cervejaria será criada. Porque todo mundo gosta de levar lembrancinhas pra casa.

Para saudar a seleção francesa de futebol que se hospedará em Riberão Preto, a local Colorado irá lançar uma variação de sua conhecida Cauim, mas com lúpulos franceses: a Allez les Bleus, grito da torcida francesa para empurrar sua seleção. A cerveja comemorativa será comercializada no Brasil e na França e a Colorado, para este fim, fez um comercial provocativo e de gosto duvidoso, explorando o corpo nu e o suvaco peludo da mulher francesa. Nós, Lupulinas, feministas, ficamos #chatiadas com essa nudez desnecessária (qual a necessidade disso?) usada na promoção de uma cervejaria que jamais colocou mulheres nuas ou sexies em seus rótulos (apenas o ursinho que amamos tanto). Por outro lado, gostamos de sovaco peludo, que não é prerrogativa exclusiva das francesas. Como faz parte da ação uma resposta dos franceses ainda não veiculada, aguardemos os desdobramentos desta campanha.

Além dos rótulos comemorativos (esses são apenas alguns que pescamos para vocês), algumas cervejarias artesanais estarão oferecendo tours para visitação e degustação em suas fábricas. Uma delas é a Bamberg, que fica em Votorantim (40 minutos de São Paulo) e que abrirá suas portas aos sábados para a turistada, a partir das 11 da manhã, por 30 reais e com guias que falam inglês (além dos de língua nativa). Fora da Copa, o dono da cervejaria, Alexandre Bazzo, também oferece estes tours em português. O passeio dá direito a uma degustação das cervejas produzidas pela Bamberg. O agendamento pode ser feito pelo e-mail contato@cervejariabamberg.com.br e maiores informações no www.cervejariabamberg.com.br

Daqui até ao início da Copa, devem surgir mais cervejas especiais e sazionais  e mais eventos cervejeiros relacionados ao evento. Estaremos acompanhando e contando pra vocês \o/\o/\o/

Chuva, Suor e Cerveja: as boas deste carnaval

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boteco com way

O Carnaval tai e folionas e foliões já começam a ocupar alegremente as ruas. Esta é a época do ano em que Os Grandes da Indústria Cervejeira investem pesado no marketing da festa, na mulherada com bunda de fora, em blocos de rua, camarotes e associam suas marcas ao hedonismo e à zueira. Essas cervejas abundam no Carnaval e nós, Lupulinas, não estamos interessadas nelas.

Nós, que gostamos de cervejas artesanais e também de carnaval, precisamos lançar mão de alguns truques e recursos para aproveitar a festa com cervejas mais ao nosso gosto. Aqui vão umas dicas:

1. Aproveite a moda dos rolês do isoporzinho e leve suas favoritas para a rua, devidamente refrescadas num cooler ou isopor. Carregue-as para o bloco, pra dividir com amigos e amigas. Deposite os cascos vazios em local apropriado para reciclagem. Limpe depois toda sua sujeira.

2. Cole em algum bloco que passe perto de bares que vendam cervejas artesanais e assim se abasteça no meio da folia. Não mije na rua.

3. Se for assistir desfiles pela TV, encha a geladeira com delicinhas artesanais, convide a galera (e que ela venha também com cervejas boas) e seja você o rei do seu camarote. Trate bem os convidados e sirva petiscos pro pessoal não queimar a largada.

4. Se você for fugir da folia e se isolar num sítio, não se esqueça de levar caixas e caixas de artesanais para viagem e não as deixe sofrer com o sol e o calor. E se beber, não dirija.

5. Se for fazer um churrasco, peça chopp artesanal para sua festa. Há micro-cervejarias que distribuem seus barris também para pessoas físicas, como a Bamberg Express, aqui em SP.

6. Muitos supermercados de rede vendem artesanais, inclusive geladas. Se você der sorte, pode achar algumas nas prateleiras enquanto dá aquela escapadinha da folia para dentro do mercado. Rótulos como Eisenbanh, Colorado e Baden Baden são os mais fáceis de encontrar.

Por fim, recomendamos os estilos mais leves e menos alcoólicos, ideais para quem vai passar o dia inteiro bebendo, provavelmente, sob forte calor. Lagers, Pilseners, Weizen/Weiss e Pale Ales. Ah! E não esqueçam da água que dá aquela qualidade de cervejeiro fundista.

 

Sugestões : (escolhemos cervejas mais fáceis de encontrar nas prateleiras dos supermercados – somente brasileiras)

Eisenbahn Pilsen (latão especial de 473ml)
Way Pale Ale
Way Premium Lager
Bamberg Kolsch (sazonal de carnaval)
Bamberg Camila Camila
Colorado Appia
Baden Baden Cristal
Amazon Taperebá Witbier

 

O Mondial de la Bière é sucesso no Rio de Janeiro

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A mudança de última hora do local do Mondial de la Bière Rio não atrapalhou o evento. A super-lona climatizada armada no Terreirão do Samba, vizinho ao Sambódromo, funcionou bem e deu um ar mais carioca ao festival. Amantes de cerveja, produtores, importadores, comerciantes de insumos, todos estavam ali reunidos para experimentar ótimas cervejas artesanais.

À porta, junto com seu ingresso, você recebe um copo de 200 ml para degustação. Logo na entrada, e também  na outra extremidade do salão, guichês com 4 cabines cada vendem tickets (mini dinheirinhos de 1 e 2 reais) para pagar as doses de cervejas, que variam entre 5 e 8 reais. Nos guichês aceita-se dinheiro ou cartão, mas se você quiser mais agilidade, leve dinheiro porque as filas para pagamento em cash são menores. Todas as doses de degustação são pagas com esses tickets. Outros itens como camisetas, kits de cervejas, copos e garrafas avulsas para viagem são pagos diretamente nos estandes dos fabricantes.

Chegamos cedo para poder observar e caminhar com tranquilidade sob a enorme tenda. Em duas horas, o evento já estava cheio, com filas nos guichês. Por isso a dica é comprar logo no início todos os tickets que você achar necessário e ir bem alimentado. Apesar de ótimos estandes de comidas como o do Aconchego Carioca, Bar do Adão e Adega do Pimenta, eles ficam lotados e com enormes filas depois que o pessoal já bebeu umas e quer comer.

Já os estandes de cerveja funcionam com agilidade, sem grandes filas. O pessoal das cervejarias é atencioso e bem humorado, explicando pra galera seus diferentes tipos de cerveja, lançamentos, processos de feitura e etc. Conversas sobre a alta tributação que incide nas cervejas artesanais foi assunto de cervejeiros em vários estandes. Ainda vamos baratear essas delícias.

Eram mais de 300 rótulos de cervejas e por isso nós, Lupulinas, escolhemos provar os lançamentos brasileiros no Mondial. Alguns destaques:

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X-Session IPA – uma IPA da Ex-2Cabeças, na nossa opinião a melhor da cervejaria. Num original plano de marketing a 2cabeças jogou seu nome e seus rótulos fora durante este Mondial e promete tudo novo ainda este ano. Novos rótulos serão lançados e suas cervejas consagradas voltarão com nomes diferentes ao mercado. Os sócios Bernardo Couto e Maira Kimura dizem, com mistério e humor, que estão praticando a arte do desapego. Boas novas virão, temos certeza.

Noi Amara – uma Imperial IPA da niteroiense Noi, bem fácil de beber, com lúpulos cítricos americanos que garantem uma refrescância surpreendente. Seu 10.5% de teor alcóolico é totalmente disfarçado pelo equilibrio de sua receita. A Noi promete para ainda este ano mais dois tipos de cerveja na garrafa que vão se juntar aos sete tipos já presentes em seu portifólio.

Verum Session Rye Pale Ale – da Bodebrown, uma American Pale Ale de centeio surpreendente. Macia, lupulada na medida e com espuma cremosa é uma alternativa menos alcóolica que suas irmãzinhas.

1000 IBU – a Imperial IPA da Invicta superlupulada. Deliciosa, o hiper amargor é bem complexo: não é apenas amargor por amargor. Pode-se dizer que o mestre cervejeiro Rodrigo Silveira venceu um desafio, mas mesmo assim é uma cerveja para iniciados.

Colorado Titãs – no estande da Colorado, o destaque para a Vixnu, a Berthô e o lançamento da Titãs, uma English Brown Ale com cascas de laranja para realçar seu sabor cítrico.

Jeffrey – nos chamou atenção pela arte do rótulo. Uma witbier com raspas de limão siciliano adicionados na etapa da fervura. Refrescante e bem aromática (não confundir com cervejas misturadas com limão; as raspas usadas nessa cerveja deixam o sabor da fruta bem sutil).

Coruja Sempre Viva – neste caso a novidade ficA por conta de um filtro de lúpulo por onde passa a conhecida Sempre Viva. Do tipo American Lager ela é engarrafada sem filtragem e sem conservantes. É claro que o filtro, lembrando uma cuia com chimarrão, só poderia ser idéia de cervejeiro gaudério ;) *(atualização)

Com saldo positivo, pena que, sem wi-fi na super tenda e com um 3G comprometido pelas teles brasileiras, não conseguimos agitar as redes sociais, trocando informações lá dentro sobre o evento. Um ponto a ser melhorado na próxima vez.

O Mondial de la Bièrre vai até domingo (dia 17) e, segundo a curadora Cilene Saorin, veio para ficar. Ótimo: mais um evento para fortalecer a cultura cervejeira artesanal do nosso país.

 

* o Daniel Perez, q a gente encontrou lá no Mondial, nos corrige: “O nome da cerveja é Coruja Extra-Viva. Ela é uma Premium Lager, e o lúpulo usado no filtro foi o Cascade”. tks Daniel ;)

Rio de Janeiro é a capital da cerveja neste finde: Mondial de la Bière

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Cervejeiros do mundo todo têm encontro marcado no Mondial de la Bière, entre os dias 14 e 17 de novembro, no Rio de Janeiro. Evento tradicional na França e no Canadá, pela primeira vez o Mondial vem visitar os trópicos com mais de 40 expositores e 400 rótulos de cerveja. Em uma super tenda climatizada na Praça Onze, muitas cervejarias artesanais brasileiras estarão mostrando sua qualidade e fazendo companhia às importadas. Neste ano, na França, das dez brejas premiadas três foram brasileiras: Bodebrown Perigosa Imperial IPA (Curitiba-PR), Colorado Ithaca (Ribeirão Preto-SP) e Wäls Petroleum (Belo Horizonte-MG).

O Mondial, além desta variedade enorme de rótulos, oferece palestras, cursos, vivências em petit pub, lojinha para compras das preferidas e um sensacional desafio a um júri que escolherá a melhor cerveja do festival, independente de estilo e numa degustação feita às cegas.

Entre os participantes teremos cervejarias brasileiras como a Colorado, Júpiter, 2cabeças, Bodebrown, Coruja, Insana, Wäls, St. Gallien e Noi e bares e restaurantes como o Aconchego Carioca, Adega do Pimenta e Bar do Adão. Nas palestras e cursos, nomes conhecidos do mundo das brejas como as mestres cervejeiras Cilene Saorin e Kátia Jorge, a somellier Paty Albehy, o dono da italiana Birrificio Baladin Farm Brewery Teo Musso e Katia Barbosa, sócia do Aconchego Carioca.

O Mondial é aberto ao público e os ingressos estão à venda no www.mondialdelabiererio.com onde você encontrará todas as informações para se divertir e aprender muita coisa sobre o mundo cervejeiro.

Pre-para que a festa promete ser boa!

Nós, Lupulinas, estaremos no calor do Rio e mandaremos informações refrescantes sobre o Mondial.

 

Mondial de La Bière
14 a 17 de novembro de 2013
Quinta, 14/11: 16h às 23h
Sexta, 15/11 e sábado, 16/11: 11h às 23h
Domingo, 17/11: 11h às 20h
Praça Onze – Rua Benedicto Hipólito, s/n

Bier Diversidade

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caminhao

Afinal, como podemos chamar essas cervejas diferentonas aí que vocês gostam? São especiais, premium, gourmet? Essas perguntas sempre acompanham quem gosta de cervejas artesanais. Mas, por mais difícil que seja definir, sabemos o que elas não são: não são gourmet, nem especiais e muito menos premium.

Cervejas artesanais são geralmente produzidas por micro cervejarias, fora do esquema da Grande Indústria. Elas, em sua grande maioria, não usam malte de milho ou arroz nas suas receitas, ao contrário das cervejas “normais” da Grande Indústria. As cervejarias artesanais apostam na variedade de estilos, de receitas milenares a novas misturas, sempre fugindo da padronização da Grande Indústria que só consegue dividir suas garrafas entre louras, ruivas e morenas.

Micro cervejeiros no mundo inteiro tentam encontrar uma definição exata para poderem se organizar e enfrentar no mercado a Grande Indústria. O consenso sobre o que é afinal uma cervejaria artesanal (craft brewery) ainda não foi alcançado. Isso porque as bebidas, os processos de feitura e o tamanho dos negócios variam muito e nem sempre uma regra pode ser estendida a todas às artesanais (algumas belgas excelentes como a Gouden Carolous Classic, por exemplo, levam milho na sua composição).

Nós, Lupulinas, como roqueiras que somos, amamos as artesanais pelo seu espírito de cerveja de garagem, cerveja de raiz, cerveja moleque, independente e underground. Sim, existem artesanais que são produzidas no método champenoise usando rolhas e, por serem muito caras, acabam cultuadas como símbolos de status. Mas existem aquelas como as da Caracole, que conhecemos no interior da Bélgica, baratas (para o padrão europeu) e consumidas por camponeses locais. São fabricadas ali mesmo, numa micro cervejaria de beira de estrada e com rótulos criativos e lisérgicos.

Cerveja Artesanal também é Rock

A garagem e o underground estão completamente entrelaçados na mais recente cultura cervejeira artesanal. Já é praxe lançarem rótulos homenageando bandas como AC/DC, Iron Maiden, Pearl Jam, Sepultura,Raimundos, Ozzy, Wander Wildner, entre muitas nacionais e gringas. Não é raro encontrar um roqueiro entre os apreciadores ou fabricantes de cervejas artesanais, como o baterista da banda Nenhum de nós, Sady Homrich, que assina uma coluna e organiza eventos sobre a cultura cervejeira.

Cerveja Artesanal também é Arte, Literatura e Nerdice, tudo junto.

Não bastasse a Flying Dog ter sido fundada por um astrofísico aventureiro, George Stranaham, a cervejaria homenageou o escritor Hunter Thompson na sua Gonzo, uma Imperial Porter bem preta e forte. Para quem não sabe, Thompson inaugurou um tipo de jornalismo, apelidado de Gonzo, em que a imparcialidade e a objetividade são completamente abandonadas e o autor se mistura à história contada. Ídolo de toda uma geração de jornalistas e escritores, Hunter Thompson conheceu o dono da cervejaria Flying Dog quando se mudou para uma fazenda vizinha à de George, no Colorado. Segundo o site da cervejaria, eles “tornaram-se grandes amigos e conversavam  sobre explosivos, armas avançadas, política, futebol, uísque e cerveja”. Completando a parceria pop-rock-literária, a Flying Dog investe na arte dos rótulos – outra característica das artesanais – e todos eles são assinados, desde 1997, pelo artista gráfico Ralph Steadman.

Cerveja Artesanal também é Cultura Local

Outra boa idéia das artesanais é incorporar alimentos e iguarias locais e/ou sazonais às suas receitas. Aqui no Brasil, isso tem resultado em muitas e agradáveis surpresas. As cervejas paraenses Taperebá Witbier e IPA Cumaru, da Amazon, contém cajá e baru, respectivamente. A Cauim, da Colorado, leva mandioca e a MaracujIPA, da carioca 2Cabeças, usa maracujá na fase do dry-hopping.

Nosso destaque neste quesito vai para a Cacau IPA, feita pela curitibana Bodebrown, do pernambucano Samuca Cavalcanti, um apaixonado pela cultura artesanal cervejeira. Para começar, o logo da cervejaria é um bode, animal que as Lupulinas curtem bastante. Mas não é só isso: a micro cervejaria tem feito algumas de nossas artesanais brasileiras preferidas, entre elas a Perigosa, a Hop Weiss e a Cacau IPA, eleita a melhor India Pale Ale do Brasil durante o IPA Day Brasil de Riberão Preto em 2013 (estivemos lá e provamos da bica). Feita em parceria com a americana Stone Brewing (sim, parcerias entre artesanais também são comuns), a Cacau é escura e densa. A ela é adicionado cacau de Ilhéus em “nibs” (flocos da amêndoa do cacau seca e torrada), mas não tema: os lúpulos cítricos não deixam a cerveja ficar doce ou enjoativa. Pelo contrário, a Cacau IPA é amarga na medida, aveludada e perfeitamente equilibrada.

Estas são algumas das características da cerveja artesanal. A diversidade é a chave contra a padronização. Querer comparar uma pilsen industrializada com uma artesanal é como dizer que uma porção de chicken nuggets equivale a uma galinhada caipira. Preferimos galinhada.

Lupulinas, primeira rodada

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Cerveja boa é a cerveja que você gosta.

Isto posto, começamos aqui a nos apresentar. Gosto é gosto e nós, Lupulinas, já gostamos de tudo um pouco em matéria de cerveja. Nós duas convergimos e divergimos nesta matéria, mas o prazer está sempre em primeiro lugar.

Decidimos que nosso blog, este blog, vai falar sobre cervejas artesanais. Artesanais, sim, porque feitas com arte. A Grande Indústria pode até chamá-las de outra maneira para conseguir um preço mais alto no mercado, mas essas cervejas que são nosso foco não são ‘especiais’ e nem ‘premium’. Elas são artesanais. Feitas na garagem, no quintal, num pequeno galpão, até mesmo numa fábrica com enormes tanques, mas sempre fora do esquema da Grande Indústria.

Elas são caras? Sim. Porque não há incentivo à pequena indústria cervejeira brasileira. Para citar um exemplo: no país que superdesenvolveu esta indústria nos últimos anos, os Estados Unidos, se você for um pequeno cervejeiro, só pagará impostos depois de 1 milhão de litros produzidos. Aqui no Brasil. você pagará a mesma taxa produzindo 20 ou 200 mil litros. Por isso e por usar muitos ingredientes importados, a cerveja artesanal brasileira chega à sua mesa mais cara que uma equivalente artesanal importada. Mas, experiência própria, sabemos que bebemos menos e melhor.

Nós, Lupulinas, vamos escrever sobre cervejas artesanais, brasileiras ou importadas, porque acreditamos que há uma receita para cada paladar. Ou para cada momento. Ou para cada refeição. Porque sabemos que a cerveja artesanal estimula a produção e a cultura locais. Porque confiamos na diversidade. Porque desejamos que a cultura cervejeira se espalhe. Porque todos merecemos uma cerveja artesanal local mais barata e acessível. Porque vamos contribuir para que tudo isso aconteça.

Nós, Lupulinas, investimos no prazer e na farra locais.

Cilmara Bedaque

cilmara-about ia fazer faculdade de música, mas acabou fazendo jornalismo e ciências sociais. trabalhou em jornais, revistas, rádios e, principalmente, TV. escreveu, editou e dirigiu. depois foi fazer música e video-clipes. nos últimos anos têm feito tudo isso misturado e se especializado no assunto cerveja. saúde!

Vange Leonel

vange-about cantora e compositora (lembrada por Noite Preta, abertura da novela Vamp, da Globo, e mais 3 outros CDs) escritora (duas peças encenadas, três livros publicados, entre eles o romance Balada Para as Meninas Perdidas) ex-colunista LGBT (Sui Generis, Folha de S.Paulo, Mix Brasil, G Magazine, Forum) e agora amante de cervejas.

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